sexta-feira, 15 de agosto de 2014

  TEATRO   GLAUCIO GIL ( COPACABANA)

 CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO MITO 

O homem Gláucio Gil, o célebre autor, o ator talentoso, o empresário generoso, o mito cuja passagem pela Terra, embora meteórica, de 1932 a 1965, comunicou também como poucos o enfadonho mundo da realidade ao raro prazer que textos e desempenhos teatrais brilhantes provocam.Gláucio Gil é desconhecido até mesmo pela maioria dos funcionários do teatro que também leva o seu nome e cujas paredes não possuem sequer uma única foto sua.Sem a pretensão de tentar reparar a injustiça - que ainda é regra em um país cuja memória tem menos importância do que as colunas de fofoca -, o Copacabana.COM destinou um espaço, muito menor do que Gláucio Gil mereceria, para que aqueles que com ele conviveram e trabalharam, contem quem ele foi e sua importância na cena cultural brasileira.

HÉLIO BLOCH ( EM MEMÓRIA)

O one-man-show - "O violinista no sobrado e nos porões da República" - que apresentei noCafé do Teatro Gláucio Gil, em dezembro de 2002, inspirava-se nos relacionamentos que eu tivera com algumas das mais expressivas figuras da política e da cultura brasileiras nos últimos cinqüenta anos.(...)Imaginem minha emoção ao fazê-lo em uma casa que evocava o talentoso dramaturgo e ator que fundara, comigo e com Leo Jusi, o Teatro Santa Rosa.O que eu não esperava, ao atuar finalmente no espaço - composto de um Teatro e um simpático Café Teatro - que ostenta o nome do Gláucio Gill, é que ele fora condenado a permanecer apenas uma designação," sem retrato e sem bilhete", de um local destinado presumivelmente a cultuar sua memória.
Nenhuma foto de um ator que, em uma gloriosa, embora curta carreira, encantara as plateias que o viram e aplaudiram, entre outras peças, em sua "Toda donzela tem um pai que é uma fera" e em o "Bem Amado", dois dos maiores sucessos do Teatro Santa Rosa.Ou de um apresentador e entrevistador de um programa da TV Globo, "Show da Noite", do gênero dos hoje chamados talk shows, produzido por Domingos de Oliveira, e que lhe valeu tamanha popularidade que, por ocasião de sua morte prematura, aos 33 anos, em 1965, levou multidões ao seu velório - no saguão do Santa Rosa - e ao cemitério São João Batista.(...)Nenhuma informação biográfica ou, pelo menos, uma indicação do sucesso alcançado, tanto no teatro como no cinema, por seus inventivos e deliciosos textos: o ato de "Procura-se uma Rosa" - que inspirou o filme italiano "Una Rosa per tutti", dirigido por Franco Rossi e estrelado por Cláudia Cardinale - e a já citada "Toda donzela tem um pai que é uma fera", que Roberto Farias levou para a tela, com o mesmo título da peça original. (...)(Trechos extraídos do artigo "O mínimo que você precisa saber sobre Gláucio Gil" publicados com a autorização da família de Hélio Bloch)Léo Jusi: ex-sócio de Gláucio Gil no Teatro Santa Rosa, diretor de teatro e professor universitário aposentado da cadeira de Produção e Direção Teatral. Conheci Gláucio Gil na turma de teatro, ainda nos idos tempos do Conservatório Nacional de Teatro, no final dos anos 40. A amizade foi quase imediata. Gláucio tinha um humor arguto, uma capacidade de observação incomum.
No início dos anos 60, em abril de 1961, mais precisamente, eu, Hélio Bloch e o Gláucio adaptando um espaço antes destinado ao comércio, abrimos o teatro Santa Rosa. Aliás, sempre houve quem pensasse que batizamos o teatro em homenagem à santa. Não, não era. O teatro era uma homenagem ao artista plástico Thomaz Santa Rosa, um pessoa genial, um homem incrivelmente talentoso.
Além de ter sido um dos maiores comediógrafos do país, Gláucio foi o precursor dos talk shows. O que pouca gente sabe é que Gláucio Gil e Ziraldo foram relações-públicas da revista "Cruzeiro", uma publicação com tiragem semanal gigantesca para o seu tempo, mais de 700 mil exemplares. "O Cruzeiro" foi o que é hoje a Rede Globo de Televisão, em termos de alcance e importância. Por fim, posso dizer que Gláucio, que sempre foi, assim como eu, muito ligado ao Nelson Rodrigues, dedicou sua existência a produzir um teatro que traduzisse a alma brasileira. Íris Bruzzi: Atriz com 52 anos de carreira, tendo atuado em 22 filmes, além de dezenas de peças musicais de teatro, novelas e humorísticos de TV.  O Gláucio era um homem inteligentíssimo. Um comediante maravilhoso, um homem de muita coragem que, junto com o Hélio Bloch e o Léo Jusi, abriram o saudoso Teatro Santa Rosa. Nós, os atores e atrizes, éramos muito mimados pelo Gláucio. Nas matinées, às quintas e domingos, tínhamos um farto buffet antes e depois dos espetáculos. Rosas, bilhetinhos carinhosos, pagamentos extras eram constantes. O Gláucio administrava com o coração.Teatro Glaucio Gil
Praça Cardeal Arcoverde, s/n
Rio de Janeiro, RJ, Brasil   25477003
Em cartaz:
Atrás da porta 
Sinopse: Recem-separado recebe o casal de amigos em seu apartamento, a conversa rende!
Texto: Fernando Scarpa e Guilherme Scarpa
Direção: Emilio Orciollo Netto
Elenco: Maria Eduarda de Carvalho, Bruno Padilha, Leandro Baumgratz e Luiza Scarpa
Duração: 75 minutos
Classificação: 14 anos
Ingresso: R$ 30.00; R$ 30.00; R$ 30.00
sáb 21:00 | dom e seg 20:00
Até 25 ago 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário